terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poesia passageira - No.8


A VIDA É 
UMA MERDA

Eu, eu me arrependo
mas só do que não foi
do fato bem consumado
certo, errado, bom, ruim
eu, eu não me arrependo
guardo os momentos
na maldita memória
que nunca descansa
de não se esquecer
do que quero esquecer
eu, eu não me arrependo
de todo erro acertado
entre nós dois, três,
quem dirá um quarto?
sim, quem sabe no quarto
ou no carpê sujo da sala
dentro do guarda-roupa
embaixo da ducha quente
num dia de calor escaldante
eu, eu nunca me arrependo
eu sofro, me bato, me abato
coleciono os hematomas
como troféus do que vivi
se me perguntarem eu digo
dói, você sofre, machuca
enlouquece, quase se mata
e ainda assim, você vive
sim, a vida é uma merda
mas é assim que se vive.

Nenhum comentário: