segunda-feira, 11 de julho de 2011

Coincidências e Irracionalidades

Não acredito em Destino, acredito que sou dona das minhas próprias escolhas e que determino meus caminhos. Como hoje, que decidi sair andando a esmo pelas ruas. Saí de casa exatamente às 14:48, sei disso porque simplesmente pensei em contar o tempo. Segui a rota de sempre, mesmo que a ideia fosse andar a esmo, mas os pés tendem a vagar pelas mesmas ruas. No meio do caminho decidi que seria bom ir até um certo lugar e resolver algumas coisas pendentes. Nada urgente, mas a ocasião se fazia conveniente para tal. Como sempre marchei com música tocando nos fones de ouvido. Ela embalava meus passos e me privava da zoada urbana. Caminhei até o destino, naquele que se refere a um local aonde alguém vai, só para deixar bem claro, porque eu não acredito em Destino. Cheguei focada na entrada principal, mas de repente, eis que reconheço um rosto que simultaneamente também reconheceu o meu. Num átimo pensei nas chances daquilo acontecer e noutro abstrai o pensamento. Acenos de cabeça e sorrisos, ele ao telefone e eu embalada pela minha caminhada. Antes que eu pudesse escapar um aceno de mão me pede para esperar, fiquei. O que mais eu poderia fazer? Tirei os fones e desliguei a música enquanto ele terminava a ligação. Acabadas as dispersões demos um abraço. Perguntas vem, perguntas vão. Novidade boas e ruins. Mais perguntas e algumas estranhamente repetidas. Como de costume examinei minuciosamente cada traço dele e olhei bem no fundo de seus olhos, apenas mais uma mania que tenho, eu diria também mais um prazer. Num momento de silêncio senti que deveria ir embora, dei uma desculpa vaga e antes de partir demos mais um abraço. Nesse instante lembrei que há muito tempo nossa última despedida havia acontecido naquele exato lugar. Um adeus e nossos caminhos se separaram. Pensei em coincidências, em como elas nos deixam cheios de perguntas. Com os afazeres cumpridos meus pés me conduziram para casa. No caminho pensei novamente em coincidências, acasos e sorte. Então lembrei que essas palavras são sinonímias para Destino. E eu não acredito em destino. Aprendi hoje que as coincidências são catalisadoras de ideias irracionais. Mesmo não acreditando no Destino, ainda sou vulnerável a irracionalidade, e acima de qualquer coisa, é ela que mais temo.

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