sábado, 23 de julho de 2011

amantes amentes

Have you ever been in love? Horrible, isn’t it? It makes you so vulnerable. It opens your chest and it opens your heart and it means someone can get inside you and mess you up. You build up all these defenses. You build up this whole armor, for years, so nothing can hurt you, then one stupid person, no different from any other stupid person, wanders into your stupid life…You give them a piece of you. They don’t ask for it. They do something dumb one day like kiss you, or smile at you, and then your life isn’t your own anymore. Love takes hostages. It gets inside you. It eats you out and leaves you crying in the darkness, so a simple phrase like ‘maybe we should just be friends’ or ‘how very perceptive’ turns into a glass splinter working its way into your heart. It hurts. Not just in the imagination. Not just in the mind. It’s a soul-hurt, a body-hurt, a real gets-inside-you-and-rips-you-apart pain. I hate love.

Neil Gaiman 


Eu não sei se isso me conforta ou se só me dá mais uma prova de que o amor, essa coisa cada vez mais sem sentido, na verdade é só mais uma maneira cruel da vida te ensinar alguma coisa. Se eu hoje sou o produto do que já vivi, então eu sou uma pessoa com um coração feito estilhaços. Um mosaico disforme de cacos de cada amor despedaçado, cada desilusão, cada sonho desmoronado feito um castelo de cartas, toda a vã esperança, toda a dúvida insana.

O amor me trouxe as mais doces lembranças, os dias mais memoráveis. Aprendi que não há nada mais prazeroso do que amar, em todos os sentidos, e fazer o outro feliz. O amor para mim é meio sonho, meio pesadelo. O amor é um tudo que me conduziu a um nada. No fim, o amor só me trouxe dor. E até daquele que não tive amor, o amor por sua inexistência me presenteou com a insanidade. Como pode algo ser um tudo e um nada ao mesmo tempo? Queria gritar. Ao invés disso eu sinto dor, porque cada uma dessas palavras custa uma dor em mim, e mais dor... mas vale a pena. Pago com dor a falta que me corrói por dentro.

Não há palavras que me consolem. Não existem mais subterfúgios. Esquecer é impossível e mais doloroso que a junção de todas as dores que já senti em minha vida. Queria ser esquecida e assim poder viver como se nunca tivesse existido. Passar a não ter mais passado, viver só e sem mais ressentimentos. Uma vida ainda assim dolorosa, mas abrandada. Uma vida sem fantasmas. Uma vida refugiada num esconderijo, um lugar a salvo para o meu coração que tão estilhaçado se transformaria em areia com qualquer novo abalo. Uma areia que passaria por entre os dedos e se perderia para sempre.

E sabe o que é realmente o pior em tudo isso? O amor é uma droga potente e poderosa, amanhã eu conheço alguém e o ardiloso amor me enche novamente de esperanças. O mundo volta a ser colorido e cheio de possibilidades. O coração estilhaçado esquenta e todos os cacos se fundem e você tem novamente um órgão forte e pulsante no peito. Amantes amentes. Isso não deixa de ser verdade, amantes são dementes!

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