quarta-feira, 27 de abril de 2011

Série Ecos - No.10 - Meu Eco

IDENTIDADE
Ecos, ecos, ecos, ecos
caóticos reverberando
pelas paredes sombrias
de um quarto obscurecido
souvenir, uma lembrança?
uma memória imemorável

Dois braços estendidos
a espera de um corpo
que preencha o seu vazio
que a possua, que a tome
que lhe dê uma vida, alma
alma pura, uma vida nova

Olhos cerrados esperam
o nevoeiro denso, véu negro
o medo da imprevisível face
de um sonho ou pesadelo
a eterna incerteza, dúvida

Soma de todos os males,
todas as dores e enganos
de uma efêmera existência
de desejo, volúpia, vício,
ânsia desmedida de amar
sem medo e consequência
 Renata Leandro Becker
Rio de Janeiro, Abril de 2011
Nu reclinado por Amadeo Modigliani em 1919


Nenhum comentário: