sábado, 31 de dezembro de 2011

Dia 31/12 – E 2012?

Ano passado eu escrevi:
"Eu desejo um 2011 repleto de BAGUNÇA! Eu quero uma vida cheia de pedras no meio do caminho, cheia de surpresas boas e também ruins. Quero lágrimas e risadas histéricas, quero um novo ano cheio de ilusões e desilusões, quero tudo o que eu puder ter!"
Em 2011, definitivamente, eu tive uma vida cheia de pedras no meio do caminho, algumas pedras brutais, outras normais e uma ou outra semi-preciosa. Surpresas? Sim, eu me surpreendi mais do que eu imaginava, com coisas terríveis e outras extraordinárias. Lágrimas e lágrimas e lágrimas eu chorei... de alegria e tristeza, mas infinitamente mais lágrimas de tristeza. Risadas e risadas e risadas eu ri... de nervoso, de alegria, de histeria com certeza e até mesmo de tristeza... risadas histéricas intercaladas com lágrimas entraram para o meu repertório em 2011. Jamais irei desejar ilusões e desilusões novamente! Mas que ideia maluca foi essa?!?! Nova regra: Fique de olhos bem abertos e tenha cuidado com as expectativas.

E agora? O que eu desejo para 2012? Isso é fácil, eu desejo páginas em branco. Que clichê! Mas é isso, eu só quero continuar a minha história escrevendo mais um capítulo novinho em folha. Além disso, eu quero muita calma e tranquilidade, por favor. Eu quero rir e chorar normalmente e de preferência chorar muito menos do que a média. Eu quero fazer o que me traz felicidade (eu até já tenho um plano para isso). E principalmente, eu quero cuidar ainda mais de mim mesma. O meu 2012 será um ano me, me, me, mas sem exageros, obviamente. Para os amigos, seguidores e passantes, eu desejo a todos que os seus desejos para 2012 se realizem! Como seria bom se fosse simples assim... Até 2012!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Só e não só uma vez

"Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração.
Eu sou, eu sou, eu sou..."
Sylvia Plath


Se nos for dado somente um único dia de vida juntos, por mais breve que seja cada segundo, eu vou querer tudo. Eu quero te ouvir dizer todas as declarações bobas e clichês, eu quero todas as palavras, mesmo que breves, somente uma vez. Quero que você me olhe nos olhos, me abrace, me beije e faça de mim o que quiser, tudo só uma vez. Eu quero dormir e acordar ao teu lado somente uma vez, nem um dia a mais. E ao fim desse nosso único dia, eu quero te dizer adeus somente uma vez e partir. Quando o amanhã chegar a nossa vida juntos estará no passado e nós recomeçaremos as nossas vidas mais uma vez, só que separados. Mas quem sabe um outro dia, talvez, nos seja dado um novo único dia, ou dois, ou três...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dia 29/12 – Uma foto minha em 2011


Eu adorei os contrastes nesta foto. Uma lavanderia de Paris como cenário, meu look parisiense destoando um pouquinho do lugar e o meu sorriso bêbado (o que não era o caso, que isso fique bem claro!). Mas o mais importante é que a foto me faz lembrar de um delicioso passeio noturno que fiz com os meus amadíssimos amigos Juliana e Jota. Colocamos as roupas para lavar (esse era o objetivo principal), depois fomos tomar um sorvete fantástico (o mais lindo e saborosos que provei na vida) enquanto admirávamos a agitada vida noturna do Marais. Eu não me lembro se aconteceu algo mais, eu só sei que eu estava feliz (com certificado de autenticidade). Ai que saudade de Paris...

domingo, 25 de dezembro de 2011

Dia 25/12 – O bom de 2011 foi...

O bom... o bom de 2011, sem sombra de dúvida, foi a minha viagem para Paris. Foi a minha segunda visita à cidade luz e desta vez foi como viver num sonho. Quem me dera poder ficar lá para sempre... eu nem precisaria de muito, só queria ter o mínimo para comprar um pão cascudo e um queijo fedido para comer sentada em algum canto bucólico na beira do rio Sena.

A beira do Sena...

P.S.: Eu escrevi o post com uns dias de antecedência, obviamente, por conta do Natal. E hoje, enquanto eu escrevo, estou num daqueles momentos em que eu penso em coisas boas e logo em seguida me deprimo porque as coisas ruins eclipsam os meus pensamentos. Estes dias são difíceis, eu não consigo fugir da depressão, por isso tento ao menos me esconder dela não escrevendo nada sobre como eu me sinto, mas daí começo a sentir que estou traindo a mim mesma. A tristeza as vezes me inspira, mas outras vezes só me consome. O que fazer nesses dias? Que dilema! Eu respiro fundo e se conseguir, eu sigo em frente... daí escrevo uma imensa e despropositada nota no final do post... Chega, já será natal quando vocês lerem isso! Logo... Feliz Natal! Seja lá o que isso quer dizer... Eu espero que sejam coisas boas, sempre, mas nem sempre as coisas são como gostaríamos que fossem.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Dia 21/12 – Em 2011 eu tentei...

É pra falar do que eu tentei e não consegui né? Ou do que eu ainda estou tentando? Ou do que eu quis tentar, mas ficou só na promessa? Ok, vamos por partes... Primeiro: Em 2011 eu tentei terminar o meu mestrado, mas não consegui. E não conseguir terminá-lo foi a experiência mais dolorosa e libertadora de 2011, quem dirá da minha vida! Pronto! Agora vamos ao que eu ainda estou tentando: Eu ainda estou tentando, com muita determinação, cuidar de mim mesma. Eu nunca me dediquei tanto à minha saúde e bem estar como neste ano. Por fim, aquilo que ficou só na promessa: Voltar pra casa. Eu quis voltar, mas deixei o desejo se dissipar no ar.


sábado, 17 de dezembro de 2011

Dia 17/12 – Em 2011 eu pela primeira vez...

Em 2011 eu pela primeira vez fiquei gripada em Paris! Tô brincando, mas é verdade... Esse ano minha amiga Ju e eu fomos brincar de morar em Paris por um mês. Apartamento alugado, chaves na mão, rotina de mercado e de ir na lavanderia, mas com todos os benefícios de quem está de férias. Nos divertimos muito! E no final das contas, até tomar xarope expectorante em Paris é glamour. 

Um lindo domingo de sol em Paris... Esse céu é de matar!

Na verdade, em 2011 eu fiz muitas outras coisas pela primeira vez, todas decorrentes do meu diagnóstico de Transtorno Bipolar. Por exemplo, eu descobri que tomar um remédio controlado realmente pode fazer com que pensamentos suicidas desapareçam. Você pode estar achando que estou dramatizando, mas não estou. E se pensar bem, na realidade isso é fantástico! Para quem tem medo de remédio tarja preta... Bu!


Em 2011 pela primeira vez eu consegui acreditar que eu sou capaz de seguir em frente com a minha vida, mesmo com todos os meus problemas e excentricidades. Eu até arrisco dizer que, apesar dos pesares, hoje eu sou uma pessoa muito mais feliz do que era antes. Hoje eu sei distinguir a felicidade autêntica daquela que é só um sintoma. Hoje eu sei que 90% da minha tristeza é um sintoma. Hoje eu sei que não sou anormal ou perturbada, eu sou apenas poeticamente complexa e não trivial.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Dia 15/12 – Meu melhor e meu pior dia de 2011

Posso passar para o próximo post? Pois é, eu estou evitando esse post desde o início do Meme das Antigas, eu já o escrevi e reescrevi umas cem vezes. No fim das contas decidi usar a técnica do band-aid, vou falar tudo de uma vez só e bem rápido, pelo menos eu espero que seja assim... Ok, 1, 2, 3, Já!!

O meu melhor dia foi o dia em que cheguei a Paris, dia 21/09. Já o pior dia... Então, esse ano eu descobri que tenho Transtorno Bipolar. Parece simples né? Mas não é, não mesmo! Eu passei por diversos estágios, primeiro tive que me estabilizar tomando remédios, depois tive que aprender sobre a doença para poder conviver com os sintomas, e agora estou tentando ser forte para encarar todos os remédios do tratamento. Eu acho que o meu pior dia é inelegível, porque todos aqueles dias muito ruins eu tento não lembrar. É só! Ufa!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Dia 13/12 – Minha música favorita em 2011

Essa é fácil! A primeira versão que eu ouvi dessa música foi a do rádio (colocada no YouTube), depois fiquei monitorando os vídeos do YouTube em que o Mika cantava ela ao vivo, e, por fim, quando eu estava em Paris apareceu o clip oficial na televisão. Será que sou fã do Mika? Siiiiim!!! Se existe alguém que me faz feliz, esse alguém é o Mika, as músicas dele me movem e me deixam até eufórica. Eu me divirto muito! Viva Mika!!!! Pra mim ele é um excelente antidepressivo... pena que não dá pra ouvir 24h por dia em todos dias da semana...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Dia 11/12 – Meu livro favorito em 2011

Eu apelidei esse livro de "O livro infinito", porque eu nunca conseguia terminá-lo, ou melhor, eu não queria terminá-lo... Ele é super fininho, tem somente 124 páginas, mas elas são tão densas e incrivelmente poéticas que eu levava dias para absorvê-las. Para tanto, eu lia e relia as mesmas páginas, fazia isso em silêncio e outras vezes em voz alta, eu saboreava as palavras. E eu acho que essa era a proposta da escritora Muriel Barbery no livro A morte do gourmet.


O livro conta a história de Pierre Arthens, um crítico de gastronomia renomado que tem somente algumas horas de vida. E em seus últimos momentos, deitado em seu leito de morte, ele tenta relembrar o gosto de algo que comeu há muitos anos. Nessa jornada em busca do misterioso gosto, somos conduzidos a uma deliciosa viagem pelo mundo dos sabores. Eu posso dizer que literalmente comi com os olhos ao ler cada página.

A mesma autora também escreveu A elegância do ouriço, um outro livro fantástico, o qual lhe rendeu reconhecimento e uma adaptação do livro para o cinema. Recomendo todos, os dois livros e o filme.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Blue e Azul

Eu não quero ser blue como uma tarde chuvosa num dia cinza de agosto. Mas também não quero tudo azul como o céu e o mar num sábado de março. Eu só queria ser um pouquinho blue com um pouco mais de azul, como aquela calmaria depois de uma tempestade.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dia 09/12 – Um vídeo do YouTube em 2011

Não está no YouTube, mas é de longe o meu vídeo favorito de 2011. 

Feliz Aniversário Renata from Vitor Zimmermann on Vimeo.

Agradeço mais uma vez aos amigos pelo carinho!
Esse foi o presente mais lindo que eu já ganhei na vida!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dia 07/12 – Meu site/blog preferido em 2011

Olha, isso sim é complicado! Todos os dias tento abrir o Reader para ver o que está acontecendo nos blogs dos amigos reais e/ou virtuais. Se for para levar em conta a predileção, então por definição todo mundo no Reader é meu predileto. Quanta gente amada! Mas, se for pra dizer um site que abro com muita frequência, sem ser blog, eu diria que é o IMDb. Como eu quase não gosto de cinema, eu passo algum tempo lá pesquisando sobre filmes antigos ao mesmo tempo que acompanho os lançamentos.

Um outro site, que comecei a explorar com bastante frequência esse ano, é o Art Limited. Esse é um site onde fotógrafos de todos os graus de experiência compartilham os seus trabalhos. Eu estou gostando muito das fotografias que encontro por lá, por isso muitas delas acabam indo parar aqui no blog por serem, além de bonitas, muito expressivas. Além disso, estou brincando de tirar fotos como terapia, assim fico andando pelo site atrás de inspiração.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Faço minhas as suas palavras, Hilda!


Sete pertenço é umIIacorde ilusório no silêncio

Se te pertenço, separo-me de mim.
Perco meu passo no caminho de terra
E de Dionísio sigo a carne, a ebriedade.
Se te pertenço perco a luz e o nome
E a nitidez do olhar de todos os começos:
O que me parecia um desenho no eterno
Se te pertenço é um acorde ilusório no silêncio.

E por isso, por perder o mundo
Separo-me de mim. Pelo Absurdo. 

Hilda Hilst em Via Espessa.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dia 05/12 – Meu filme preferido em 2011

Oi, meu nome é Renata e eu sou cinéfila. Eu tenho esse problema, eu assisto filmes demais, tantos que pensei que seria impossível escolher apenas um como o preferido de 2011. Mas, refletindo um pouco, percebi que eu só tinha uma escolha. Com certeza, o meu filme predileto em 2011 foi Melancholia do Lars Von Trier.


Eu assisti esse filme numa sala de cinema com outros seis desconhecidos. Ninguém na minha fileira de cadeiras, som dolby digital socado nas orelhas e uma tela imensa que parecia querer me engolir. Só pelos oito minutos iniciais eu ficaria mais seis horas lá dentro. Enfim, eu me identifiquei com o filme, eu tenho uma tendência à melancolia. Na verdade, eu tenho mais do que uma tendência, está mais pra uma doença.

Mas o mais fantástico de tudo, além do fato de eu ter recarregado as minhas baterias melancólicas, foi que na cena em que a personagem Justine (Kirsten Dunst) arruma os livros de arte, eu encontrei pinturas que eu já estava pesquisando para escrever esse post aqui sobre a Ofélia de Millais, Shakespeare e a metáfora de Ofélia que também foi usada no filme. Eu achei tudo isso muito divertido!


E para terminar, uma das frases do filme que eu mais gostei:
"I'm trudging through this grey, woolly yarn. It's clinging to my legs.
It’s really heavy to drag along." *

* Minha tradução: Eu estou caminhando através desses fios de lã cinza. Eles se agarram nas minhas pernas. Está muito pesado para arrastar.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Autodestruição

O que eu sinto? Eu sinto dor, a mesma dor todos os dias. Sempre dói. Que tipo de dor é a minha? Dor de todo tipo, eu sinto uma dor que não tem rótulo, ela é a dor em toda a sua definição. As vezes, quando eu acordo e não sinto essa dor, eu fico tentada a acreditar que ela está passando, mas eu sei que ela sempre volta, ela sempre voltou. Se eu acredito que um dia tudo vai dar certo? Não, eu não me engano mais. Nada é certo, exceto a incerteza. Por isso, enquanto eu simplesmente não pensar, eu vou ficar bem. Mas, sabe qual é o problema? Eu sou boa em me acostumar com coisas que me machucam, coisas que doem. Sem perceber eu abraço a dor, eu a suporto até o último limite, daí a dor começa a me consumir sem eu sentir. Quando eu ultrapasso o limite da dor, eu me autodestruo. Assim, o meu maior desejo é que doa muito mais, sempre mais. Quanto mais doer, menos eu irei me autodestruir.


sábado, 3 de dezembro de 2011

Dia 03/12 – Mas 2011 ainda não acabou, ainda vou tentar...

Vou tentar chegar sã até o fim do ano, ao menos em termos relativos, é claro! Além disso, eu vou tentar organizar a vida. Sabe como é, a gente começa com uma gaveta, depois as contas de cartão de crédito e no fim tentamos organizar a cabeça. Eu acho que a gaveta eu consigo... as contas talvez... a cabeça só com milagre de natal!

Eu tinha agendado esse post a alguns dias atrás, na verdade já tenho dez prontinhos para serem publicados, mas um dia antes eu vou dar uma olhada só para verificar se o humor não estava dark demais quando eu escrevi. Como foi o caso desse post, ele era triste de doer... Vou chorar só em poesia, o resto eu faço em prosa.


P.S.: Iiiêêêêeeeiiiii! Que bonequinho feliz! Se alguém quiser me mandar a merda, pode mandar... Eu me mandaria a merda. hehehe

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Coração de areia

O pesar deixou uma sensação de leveza no meu coração, como se ele fosse tão leve quanto um punhado de areia que se esvai por entre os dedos. E agora eu penso... Se o meu coração fosse feito de areia, quase nada mais me restaria, a não ser alguns grãos na palma da mão. Quem os mereceria? Eu não posso perder mais nenhum grão...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia 01/12 – Peraí... 2011 tá acabando?

Para falar a verdade eu ando esperando pelo fim do ano desde abril, por isso não carrego esse sentimento de que o tempo passou mais rápido que os meus passos. Eu esperava que 2011 fosse ser o ano mais corrido da minha vida, mas logo no início do ano a vida resolveu que seria melhor quebrar as minhas pernas e me jogar no chão. Levei algum tempo para entender como cheguei ao chão e ainda mais tempo aprendendo a levantar.

Nesse ano eu me senti como a própria Alice do País das Maravilhas, mas com uma considerável diferença, eu atravessei espelhos demais. Eu experienciei coisas que abalaram as minhas estruturas e transformaram tudo o que eu sabia sobre mim mesma. Assim, pesando tudo na balança, eu fico feliz que 2011 esteja acabando, porque esse ano foi infernal e, no momento, eu preciso acreditar na ilusão de que daqui pra frente tudo vai ser mais fácil.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O silêncio das coisas

Quando as cigarras cantam eu lembro do silêncio da minha infância. Naqueles fins de tarde com céu cor de laranja, quando eu me sentava no muro de casa e esperava a chegada do azul profundo da noite. A gente toda passava pela rua enquanto o céu ainda estava colorido, mas no instante em que as cores do dia morriam e o azul da noite nascia, a rua ficava vazia e tudo o que se ouvia era o canto das cigarras. Eu fechava os meus olhos e escutava os zumbidos até que eles se calassem. Aquele canto me acalentava até a chegada do silêncio da noite. E enfim, quando a noite chegava, eu me deitava perto da janela e ouvia o silêncio na brisa, nas folhas das árvores e nas ondas do mar quebrando ao longe...


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Poesia passageira - No.13

TRANSPARENTE

O que mais dói não é sentir
o que dói é ter que desistir de existir.
Eu não quero ser a chaga, a ferida,
a cicatriz que você não quer olhar.
Também não quero ser o fantasma
do qual de medo foge o teu olhar
ou pior, que desvia de indiferença
a minha insignificante transparência.
Um dia eu fui, mas agora não mais
você me disse e eu nunca esqueço:
Um dia sim, mas não mais.
Eu sinto e sofro, eu existo e sofro
eu sofro por desistir de ti, de mim...
Tantas foram as palavras ditas com pesar
que o meu coração está cansado de tentar.
Por tanto, por tão pouco, ou nada, desisto!
Só me resta viver na periferia do mundo
serei um alguém de um passado distante
só alguém que você costumava conhecer.
Afinal, é assim que tudo termina, não é?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

E lá vem o fim de ano...

O mês de novembro começou e a maldição natalina já espreitava pelo cantos. Agora o menor vislumbre de qualquer item natalino já desencadeia uma série de angústias de fim de ano, e assim começa a correria para dar conta de prazos, compras, festas, etc. Mais calmamente surgem as lembranças de tudo o que aconteceu no ano de 2011.

É agora que começa o balanço de 2011! E para ajudar nessa tarefa traiçoeira o meu BFF Max Reinert (Foi você quem disse, agora aguenta!) criou o Meme da Antigas, que é uma forma divertida de lembrar de tudo o que aconteceu no ano e também compartilhar os textos da retrospectiva com outros colegas que blogam, ou não, tá valendo tudo.


 
A proposta é publicar um post em todos os dias ímpares do mês de dezembro, sendo que cada dia tem uma temática diferente. Se também quiser brincar clica aí no selo do Meme das Antigas - Versão 2011 que o Max tem as regras todas explicadinhas no site dele. Regra? Claro que tem regra! Tá pensando que isso aqui é bagunça?!?! Vamos lá rápido que o ano tá terminando!!! ...Parece até que foi ontem que eu tava tomando a champagne de Ano Novo de 2011, e agora já tenho que pensar na de 2012...

sábado, 12 de novembro de 2011

A Ofélia de Shakespeare e suas Representações

Prólogo

Há algum tempo venho investigando a importância da personagem Ofélia da obra Hamlet de Shakespeare em diversos campos artísticos. Minha motivação surgiu do fato de que Ofélia nutriu o imaginário de diversos pintores e poetas da antiguidade e que, ainda hoje, continua a incitar o interesse de artistas atuais. Pretendo fazer uma breve exposição da trama da peça Hamlet para contextualizar minha análise pessoal e despretensiosa sobre a importância e significado de Ofélia na obra de Shakespeare. E em seguida apresentarei também algumas representações da personagem Ofélia na pintura, poesia e fotografia. Espero que apreciem este post singelo e costumeiramente aleatório.

A peça Hamlet é considerada a obra mais densa de Shakespeare, devido a intensidade dramática da trama e da profundidade de seus personagens. O personagem principal é, obviamente, o jovem príncipe Hamlet que recebe a visita do espírito de seu pai recém-falecido que vem lhe contar que foi assinado pelo seu próprio irmão, tio de Hamlet, o qual desposou sua mãe em menos de dois meses do falecimento de seu pai.

Irado pelas revelações da aparição de seu pai, Hamlet resolve criar um plano para desmascarar seu tio. E em seu processo de vingança Hamlet utiliza o artifício da loucura para por em prática o seu plano. Perante todos Hamlet foi tomado pela loucura e por isso seus atos insanos tornam-se aceitáveis por um certo tempo, pois justificam-se pela própria loucura.

Hamlet ora sofre, ora se regozija com sua loucura encenada. E ao mesmo tempo também brinca com a lucidez de todos que estão ao seu redor, como é o caso da personagem Ofélia. Hamlet em sua vingança fantasiada de loucura nega o amor de sua amada Ofélia e em uma outra cena trágica assassina o pai da jovem pensando que estava a matar sei tio.

Ofélia longe do irmão Laertes se vê rejeitada pelo seu grande amor e órfã em vista do assassinato de seu pai. A jovem que estava sendo atormentada a muito tempo pela loucura de Hamlet, por fim cai ela mesma na loucura, mas numa loucura real e corrosiva que a leva a perder totalmente o senso de realidade. Aqui entra um dos grandes paradoxos dessa obra. O quanto a loucura encenada de Hamlet levou Ofélia a cair em sua loucura fatal?

A jovem e bela Ofélia atormentada pela sua loucura é, enfim, levada a afogar-se num rio. Um afogamento acidental ou um suicídio? Essa é uma das mais interessantes discussões nesta obra de Shakespeare. A Rainha ao dar a notícia do falecimento de Ofélia ao seu irmão Laertes diz: "Acumulam-se as desgraças, e repetem-se com assustadora rapidez. Laerte, tua irmã suicidou-se, afogando-se.". Mas na narrativa que se segue a Rainha narra o acontecido e ali podemos notar uma leve atenuação dos fatos.

"Na margem da vizinha ribeira cresce um salgueiro, cuja prateada folhagem se reflete nas águas cristalinas. Tua irmã aproximou-se daquele sitio, sempre tecendo grinaldas de rainúnculos, ortigas, malmequeres, e dessas flores a que os nossos pastores dão um nome bem grosseiro, mas que as nossas castas donzelas denominam poeticamente "dedo da morte". Quando procurava ornar com as suas inocentes grinaldas as argênteas frondes do salgueiro, oh! desgraça! descuidosa foi envolvida na corrente, cercada dos ornatos que lhe serviam como de corôa virginal. Algum tempo suspensa pelas vestes sobre a corrente, assimilhava-se a uma sereia, cantando incoerentes trechos, inconsciente do próprio risco, como se estivesse no seu nativo elemento. Mas tudo tem um fim, e em breve, sossobrando pelo peso das encharcadas vestes, cessou de cantar, e tornou-se cadáver levado pela corrente." Fonte: Peça Hamlet de Shakespeare em Wikisouce

Ophelia by John Everett Millais

A personagem Ofélia é ao mesmo tempo secundária e fundamental à trama. O suicídio era um tema delicado a ser discutido devido a predominação da igreja católica na época, mas Shakespeare através da morte trágica e dúbia da doce e jovem Ofélia cria um espaço para uma discussão crítica porém sutil sobre o tema. Ironicamente, em minha opinião, o simples coveiro que está cavando a cova de Ofélia apresenta para o seu colega o raciocínio mais simples e direto sobre o tema:
"Ouve-me ainda; a água está aqui, o homem está acolá; muito bem, o homem vai encontrar a água e se afoga; forçosamente morre por seu motivo próprio; nota isto bem. Mas se, pelo contrario, é a água que vem encontrar o homem, e ele se afoga, então já não é ele que procura a morte; ergo, aquele que não é culpado na sua morte, não encurtou voluntariamente á vida."

Fora do contexto da obra de Shakespeare a personagem Ofélia foi ainda mais enaltecida, ela se transformou na imagem de uma ninfa das águas caudalosas de um rio rodeado por árvores e flores, uma bela jovem que foge de sua loucura entregando-se a um sono plácido enquanto permanece deitada num berço de águas. Ofélia representa uma alma atormentada que foge de si mesma entregando-se a um sono que a conduz ao esquecimento, a morte.

A seguir apresento um trecho do poema Ophelia de Arthur Rimbaud, considerado um dos mais belos poemas sobre esta personagem Shakespeariana:

Ophelia por Arthur Hughes
Morreste sim, menina que um rio carrega,
Ó pálida Ofélia, tão bela como a neve !
- É que algum vento montanhês da Noruega
Contou que a liberdade é rude, mas é leve;

-É que um sopro, liberta a cabeleira presa,
Em teu espírito estranhos sons fez nascer
E em teu coração logo ouviste a Natureza
No queixume da árvore e do anoitecer.

- É que a voz do mar furioso, tumulto impávido,
Rasgou teu seio de menina, humano e doce;
- E em manhã de abril, certo cavalheiro pálido,
Um belo e pobre louco, aos teus pés ajoelhou-se.

E aí o céu, o amor : - que sonho, que pobre louca !
Ante ele eras a neve, desmaiado à luz;
Visões estrangulavam-se a fala na boca,
O Infinito aterrava os teus olhos azuis !

O quadro de John Everett Millais é uma das mais famosas representações de Ofélia, mas no mesmo período Arthur Hughes, também participante da Irmandade Pré-Rafaelita juntamente com Millais, produziu diversos outros quadros representando suas versões de Ofélia.

Ophelia por Arthur Hughes

Ophelia por Arthur Hughes


Ophelia por Arthur Hughes


Agora vejamos alguns trabalhos fotográficos encontrados na internet sobre a personagem Ofélia. Tais fotos foram colecionadas ao longo de seis meses e muitas delas careciam de fontes, por isso colocarei apenas comentários em algumas delas.

A metáfora de Ofélia no filme Melancholia.

Versão de Ofélia na revista Vogue.

Obviamente, propaganda da Chanel.

Cena da série Desperate Romantics em que Millais pinta o quadro Ophelia.

Ofélia pela fotógrafa Elena Kalis.

Ofélia por Desirée Dolron.

Ofélia pelo fotógrafo Gregory Crewdson.






























Este é o fim, Ofélia foi minha companheira pelos últimos seis meses e agora passo para uma nova fase. Para quem tiver interesse eu ainda tenho muitas outras fotos de Ofélias e, se alguém estiver afim, também podemos trocar algumas ideias sobre o assunto. Levei muito tempo investigando e lendo, e muitas coisas acabaram sendo cortadas, afinal, quanto mais longo o post mais difícil é das pessoas o lerem (triste, mas é verdade), mas mesmo assim conservei algumas coisas na memória. Se quiserem, me escrevam. Até a próxima!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Poesia passageira - No.12

EU OBSCURO

Submerso
é o meu ser
nas profundezas
do mar sem fim
contido
dentro em mim
onde, ora navego
ora derivo
em meu âmago
(des)conhecido.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Poesia passageira - No. 11

kkkkkkkkkSÓ 
kkkkkkkkk
kkkkkkkkkEu não consigo só sorrir
kkkkkkkkkpor isso eu choro
kkkkkkkkkeu prefiro chorar a sorrir
kkkkkkkkkpois é normal
kkkkkkkkkchorar só
kkkkkkkkkem público nem tanto
kkkkkkkkksorrir em público sim
kkkkkkkkké normal
kkkkkkkkksó nem tanto
kkkkkkkkksorrir só é sinal de loucura
kkkkkkkkkchorar não
kkkkkkkkkchorar só é sinal de tristeza
kkkkkkkkkquando só
kkkkkkkkkquando ninguém me vê.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Poesia passageira - No. 10

"Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.”
A paixão segundo G.H.
Clarice Lispector

"Eu"

Eu não sou
apenas me sinto
pequena e só
num vasto mundo
onde ser
é a pura essência
de qualquer
humana existência.

Eu quero tanto
e tão pouco
de algo que não sei
ao certo como
querer
pois não sei
ainda
sequer o que é.

Eu vejo um rosto
que não é
pois não existe
senão
nos sonhos
meus sonhos
apenas.

Eu vivo livre
em versos
metrificados
de uma liberdade
poética
que é rude
mas é leve.

Eu me chamo
Enigma
sempre
indecifrável
mas se preferir
chame-me
de Pergunta
sempre
sem resposta.

domingo, 16 de outubro de 2011

As vezes faltam palavras...

Então, nos últimos dias recebemos nosso querido amigo Jota que veio fugido de Portugal se refugiar no nosso chateaux aqui no Marais. Como é de praxe proporcionamos a ele todo tipo de entretenimento que a corte francesa pode oferecer.

Uma imagem diz mais que 1000 palavras, não é?

Ok, estávamos aonde mesmo? Ah tá, não só de pão vive o homem, nesse caso carne, muita carne... Enfim, tínhamos três câmeras fotográficas em nosso poder, o meu novo Bebê, o meu bebezinho e a novíssima câmera da Julie (Juliana, Julinana, Jujubinha, Jujubex, etc), olha só o resultado...

O mais feliz no arco do triunfo.

As bonitas com cabelo esvoaçante no arco do triunfo.

Perceba que o cabelo do Jota não mexe...

Perceba...


Embaixo do arco do triunfo o Jota fez um ensaio fotográfico. Arrasou total!!!

Em seguida no Louvre...

As bonitas se perdendo... ops! Visitando o Louvre.

Jota bestificado com a grandiosidade do Louvre.

Jota tirando foto da Ju no vuco vuco da galeria da Mona Lisa.

E aí Mona?

Passeamos por outros museus e monumentos famosos. Passeamos tanto que a malinha de roupas para lavar estourou de tão cheia que estava. Vamos embora para a Rue des Rosiers! Escolhemos nossa lavanderia nessa rua badaladíssima do Marais. Olha o modelito para ir na lavanderia...

Olha só que fofo os pezinhos...

Até na lavanderia mantemos o estilo. Olha só o glamour das bonitas...


O Jota adora tirar uma foto. Cada pose é um flash!

Enquanto a roupa não ficava pronta fomos tomar um sorvetinho na Amorino.

Aceita uma flor de sorvete aí? Pétalas de pistache, uma delícia de tão linda!!!

Meia noite em Paris com sorvete é ainda melhor!

Depois de quatro dias batendo perna em museus, monumentos e ruelas do Marais, chegou a hora de dar adeus. Hoje saímos de casa de madrugada para acompanhar o Jota até o ponto do OrlyBus que iria levá-lo até o aeroporto.

Jota saindo do metrô na Place Denfert-Rochereau. E o sol nascendo lá fora...

O sol e a saudade nascendo numa manhã fria de Paris.

Outro momento memorável dessa viagem... numa manhã violeta em Paris demos um breve adeus a um grande amigo. Depois tentamos passear num parque, mas com a temperatura de 3°C foi impossível prosseguir. Pausa na Starbucks e vamos embora pra casa tirar um cochilo. A tarde vamos ver quais surpresas Paris nos reserva... Bom domingo a todos!