quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Run mad as often as you choose but do not faint."

Sabe de uma coisa, não é fácil! Hoje quando acordei ao abrir os olhos senti como se 100 agulhas estivessem sendo espetadas no meu cérebro, nada de especial nisso, era apenas a famosa enxaqueca. Ela é minha velha companheira, mas o que me intriga é o catalizador dela. A noite não foi das melhores, insônia seguida de um sono perturbado por sonhos à la Irreversible.  Como costumo dizer, "Dormi mal pacas! Tive uma sonharada..." Why God?!? Why?!? Igorância é uma bênção! Irônico que nos últimos dias eu me sentia dona de mim, eu estava feliz e segura, tão bem que até causou estranheza pois ouvi um "Você está diferente...". Tudo que é bom dura pouco, e o que durou pouco foi a minha paz, consegui ficar um tempo no paraíso do esquecimento, mas do nada um sonho desencavou as imundices do meu subconsciente. Me recordo de acordar de madrugada e dizer What a fu#$*! Eu tentei num ato de pura disciplina e concentração não pensar, mas não posso confiar mais em mim mesma. Por um tempo até deu certo, mas pelo visto é impossível deixar de sentir, por isso a única solução é não lutar mais, nem contra nem a favor, ou whatever works.

domingo, 26 de setembro de 2010

Na página 400

"A única fonte de consolo que possuía era a resolução de melhorar sua conduta e a esperança de que, por mais inferior em companhia e alegria que fossem o inverno seguinte e todos os outros, ainda assim esses invernos a encontrariam mais racional, mais consciente de si mesma e deixariam menos tristeza ao irem embora."
Estava lá na página 400 do livro, e foi impossível não sorrir. Na incapacidade de me expressar encontrei lá na página 400 do livro a expressão exata daquilo que estou sentindo. A exatamente um ano atrás eu não podia imaginar que a Renata de hoje se conheceria tanto a mais que naquela época. É engraçado como penso de mim mesma no passado com uma outra pessoa, porque hoje sou uma pessoa muito distante daquela. Eu não mudei, people don't change, hoje eu sou a mesma de antes mas numa versão distorcida da anterior. Jamais podemos mudar quem somos de fato, algumas manias e vícios podem se perder no decorrer da vida, mas a essência de quem somos jamais será transformada.

Aquilo que nos define é indefinível, impossível de ser descrito, eu apenas sei que seja lá o que for isso somente pode ser sutilmente percebido (por nós mesmos) naquilo que nos conduz a agir da maneira que agimos. Não digo somente nas ações, mas naquilo que te impulsiona a olhar nos olhos de alguém e dizer "pode se sentar comigo" sem que você tenha compreendido por quê o fez. Por que fiz isso? Eu não sei, eu só sei que fiz porque naquela hora parecia que era o que deveria ser feito. A situação em si não tem tanta importância, eu só a utilizei para ilustrar a minha própria surpresa quando disse a frase sem ao menos compreender o porquê daquela ação. Sempre existe aquele instante que nos surpreendemos pela maneira que agimos, seja nos pequenos gestos ou em situações de urgência.

Já que não podemos mudar quem somos, podemos ao menos tentar fazer algumas coisas de modo diferente. Se depois de um tempo isso soar natural, isso significa que somos capazes de nos moldar um pouquinho. Eu posso tentar não arrumar a cama toda manhã, mas sempre acabo a arrumando sem perceber num dia ou outro. Da mesma forma posso passar a preparar o café de outra forma e perceber que nunca mais pensei em fazê-lo de outro jeito. Algumas coisas mudam, outras não e algumas mudam de vez em quando. Eu só sei que faz bem se perguntar o porquê das coisas as vezes, mas só faz bem de vez em quando, caso contrário perde a graça. Não seríamos únicos se todos fossemos como livros abertos, com índice, prólogo e considerações finais, a beleza está no mistério que cada um guarda em si mesmo.

O inverno se foi e as tristezas são menores do que aquelas do último inverno. Muito mudou, eu continuo a mesma, mas diferente. O que mais sinto de diferente é a alegria de me sentir mais inteira. Hoje eu me sinto muito mais eu mesma por mais paradoxal que isso possa ser. Sou a mesma pessoa do ano passado, mas sou mais eu mesma hoje. A primavera recomeça com um novo olhar para o mundo, e principalmente um novo olhar de mim mesma.

Spring Sun by Diana Hertz

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nada de importante

Sim, eu andei sumida. Por que? Porque tudo o que eu tentei escrever soou melancólico, enraivecido ou patético, se é que tudo isso não é redundante. Então, por qual razão eu sentei aqui pra escrever? Porque eu já sinto falta de muita coisa para me privar de fazer uma das poucas que coisas que mais gosto, que é escrever sobre qualquer besteira que me vier a cabeça. Agora ficou mais fácil porque estou acompanhada por um copo de Jack. Pensando bem sobre o que escrever eu decidi falar sobre o nada. 

¿Cómo se hace para vivir una vida vacía?
¿Cómo se hace para vivir una vida llena de nada?
Do filme El Secreto de Sus Ojos

O Nada é ao que se resumiu minha vida nas última semanas. Nada de contato com o mundo real, nada de diversão e absolutamente nada de nada. Como se faz para viver uma vida vazia? Basta se isolar do mundo, deixar o tempo passar e se anular na própria tristeza. Isso não faz bem, mas de vez em quando a misantropia é necessária. Eu acredito que é preciso chegar ao fundo do posso para poder ter mais vontade de dar a volta por cima. Agora está tudo bem, mas eu me sinto entorpecida, como se estivesse insensível para o mundo. Ou quem sabe eu tenha apenas me isolado em mim mesma, assim eu posso voltar para o mundo e me manter protegida. Eu avisei, tudo o que tento dizer é melancólico... Eu acho que já falei demais sobre o Nada, ou melhor, eu não disse efetivamente nada de importante.

domingo, 12 de setembro de 2010

Tic tac

O que dizer sobre o tempo? [clichê mode on] Só o tempo dirá. [clichê mode off] (In)felizmente, isso é verdade. Quando não sabemos mais o que fazer só nos resta esperar que o tempo passe. Quem nunca sentiu o tempo fugir quando estamos nos divertindo, ou durar uma eternidade quando fazemos algo de que não gostamos. [clichê mode on] O tempo passa, o tempo voa. [clichê mode off] Ao mesmo tempo, ele... o tal, nos domina. Ele rege nossa vida desde o instante de acordar até o momento de dormir. Mesmo os mais espertos que vivem sem olhar para o relógio e acordam na hora que querem, comem na hora que sentem fome e vivem no ritmo da vontade, mesmo eles são pegos pelo tempo. Pois o tempo passa independentemente da nossa vontade. As vezes queremos que passe, as vezes queremos ganhá-lo. Será que vai dar tempo? Dizem também que tempo é dinheiro, obviamente que somente o é para aqueles que são escravos dele, mas essa é só a minha humilde (ou ignorante) opinião. Há que diga também que tudo é uma questão de "gerenciar o tempo". O engraçado nisso tudo é que o tempo não é de ninguém e é de graça, mas está sempre nos faltando tempo. Falta tempo pra escrever, falta tempo pra comer, falta tempo dormir, falta tempo pra amar, falta tempo pra viver. Falta tempo. Por que sempre precisamos sacrificar alguma coisa pelo tempo? Me dá um tempo! Nessas horas tudo o que eu queria era matar o Tempo, assim eu podia ficar só matando tempo. Todo mundo algum dia já lamentou por te perdido tempo com alguma coisa. Tempo inútil. Com a mesma intensidade todo mundo também já desejou poder fazer algo com mais tempo... Mas como sempre, não podemos exigir demais, tudo a seu tempo. E agora eu pergunto: O que você faria se tivesse mais tempo?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estupor

Lembra de quando eu dizia que nunca mais havia tido uma crise de rinite alérgica? Pois bem, esses dias se acabaram! Dizem que minhas doenças tem um fundo emocional. Ok. Se for assim, meu emocional está podre, porque tudo quanto é doença me abate ultimamente. Gripe, gastrite, rinite. Infernos!!! Mais vale um tiro na testa! Não existe paracetamol, pantoprazol e loratadina que resolvam, daí apelo aos tais melatos de caralho-a-quatro para tentar parar de coçar, chorar e fungar sem parar. Advertência: Este medicamento pode afetar o comportamento de algumas pessoas, tornando-as sonolentas, com tontura e estado de alerta diminuído. Tenha certeza de como você reage a este medicamento antes de realizar atividades que possam ser perigosas se você não estiver alerta, tais como dirigir veículos ou operar máquinas. Máquinas!! Eu só queria pensar. Eu só queria levantar e sair da cama sem ter que me apoiar nas paredes. Da próxima experimento a tal da Allegra só pra ver se alegra de verdade. 

O pior de tudo isso é tentar produzir alguma coisa o dia todo. O dia passou como um borrão, enquanto eu me agarrava em textos dos quais agora não me recordo de uma só palavra que li. Oh maldito desequilíbrio da mente que corrompe o corpo! Mas agora começo a me sentir menos cambaleante, embora a cabeça ainda caia vagarosamente para o lado ou para frente enquanto escrevo. Mas o que eu queria mesmo era agradecer. Agradecer as pessoas que ainda me suportam nesses dias de humor infernal. Agradecer as pessoas reais e imaginárias presentes na minha vida. Obrigada por ainda tentar! Obrigada por tudo! Obrigada por nada!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O retorno de Pollyanna bêbada

Eu tenho um alter ego de Pollyanna. Se você está pensando naquela personagem dos livros de Eleanor H. Porter, a orfã que jogava o "Jogo do Contente", é dessa mesma que eu estou falando. Só que a minha Pollyanna é bêbada, ela "brinca de Contente" só que depois esquece que isso era apenas uma brincadeira, ela acredita no jogo de faz de conta. Eu já me refugiei nessa personalidade por algum tempo, e de certa forma não foi a melhor coisa que já fiz, mas encarnar a tal Pollyanna tem lá as suas vantagens, pelo menos por algum tempo...

Hoje eu acho que seria bom voltar a ser Pollyanna novamente, e só pra variar viver num mundo onde podemos jogar apenas o "Jogo do Contente". Eu poderia dizer "Claro, que ideia fantástica! Vamos lá, estou dentro!" sem ao menos me importar com qualquer que sejam as consequências da ação. Simplesmente me deixar levar, como se isso fosse algo simples como respirar. Infelizmente, nem mesmo a Pollyanna conseguiria fazer algo assim nos dias de hoje. Não há "Jogo do Contente" que consiga superar certos sofrimentos. E é nessa hora que eu me questiono: Até quando viverá o sentimento que tenho por Alguém?

Esse pode ser o meu calcanhar de Aquiles, o meu maior ponto fraco, aquilo que me prende ao mundo real.  Preste atenção, eu disse "meu maior ponto fraco", pois este não é único, mas somente este consegue instantaneamente me mostrar o quão fraca eu sou. Sinto uma revolta imensa quando penso nisso, afinal eu não consigo entender porque me deixo dominar, e nada consegue me abalar tanto quanto essa minha fraqueza, a qual nem consigo nomear. Eu lembro que quando ouvia esse tipo de história eu não conseguia entender. Hoje eu posso dizer que compreendo, mas definitivamente não entendo.

O meu ponto fraco é Alguém. O Alguém é capaz de me desestabilizar completamente. Com maiores, ou menores motivos, ele pode conseguir o que quiser de mim. Bastaria um toque e o mais simples pedido para que toda e qualquer lógica ou razão que eu pudesse construir viesse abaixo em poucos segundos, se assim ele o quisesse. Sorte minha que Alguém não usufrui de tal poder, seja por princípios morais ou puro medo, mas mesmo assim o problema permanece. Pois mesmo inocentemente ou imperceptivelmente, Alguém sempre exerce algum poder sobre mim, tudo isso porque o problema está na minha cabeça, corpo, coração e quaisquer outros aspectos que me definam. E agora, nem mesmo a Pollyanna pode me salvar, pois nem mesmo ela consegue brincar com Alguém.

Por enquanto me abrigo na segurança da distância, e deixo Pollyanna assumir meu posto enquanto me fortaleço. Se a solução for fugir eternamente, que assim seja! Eu não consigo mais suportar ser dominada pelos meus sentimentos, me deixando decepcionar mais e mais a cada dia. Eu quero ser livre novamente! Houve um dia em que esse sentimento me aquecia e preenchia de felicidade, mas hoje eu só sinto vazio e dor. Como posso ser eu mesma sem demonstrar minha maior fraqueza? Como posso viver sabendo que jamais poderei preencher o espaço que falta? Como esquecer, de uma vez por todas, o meu Alguém?