sábado, 3 de abril de 2010

Descobertas

Eu não tenho uma memória eidética, mas tenho uma memória peculiar. Cansei de cair na risada em momentos completamente inapropriados, ou desconectados do cenário, só porque lembrei de uma cena de Friends. As vezes uma simples palavra detona um circuito de conexões de imagens que levam a alguma lembrança bizarra, que geralmente está relacionada com minhas séries e filmes favoritos.

Essas detonações de memória geralmente se apresentam na forma de imagens bem vívidas. Podem ser cenas de um filme, ou série de TV, como eu já expliquei, ou pode também se apresentar como um acontecimento do passado. Eu nem sempre tenho acesso a essas memórias quando tenho vontade, elas precisam de gatilho para virem a tona na maioria da vezes.

Na noite passada a palavra “Estrela” fez detonar uma sucessão dessas imagens. Mas meu primeiro impulso foi correr para a janela e procurá-las lá céu. Há algum tempo eu percebi o quanto as estrelas me faziam falta. Tudo porque aqui no Rio de Janeiro as luzes da cidade são tão intensas que é quase impossível vê-las. Mesmo assim, ontem a noite elas estavam lá.

Olhando as estrelas, pontinhos luminosos na escuridão, eu me lembrei do dia em que descobri as estrelas no céu do Rio de Janeiro. Eu nunca as tinha visto até aquele dia. Eu acreditava que só em Florianópolis eu conseguia enxergá-las, mas naquela noite elas estavam lá pra me lembrar que aonde quer que eu esteja, eu nunca estarei sozinha. Hoje eu sempre vejo as estrelas no céu.

A segunda imagem foi de uma noite, não faz muito tempo, quando saí com amigos e fomos num barzinho em Santa Teresa. De repente alguém disse “Olhem as estrelas!”. Eu olhei para cima e vi um manto negro cravejado de estrelas brilhantes. A sensação de descobri-las sempre me surpreende. Eu sempre me sinto aquecida, meus olhos ficam marejados e é impossível não sorrir.

Cada dia é um novo dia. Pode ser um dia nublado, ou uma noite de escuridão. Um dia ensolarado, ou uma noite estrelada. Algumas noites nós simplesmente não conseguimos ver as estrelas. Ou por esquecer como olhá-las. Ou por medo de encarar a escuridão. Mas quando tivermos coragem de olhar, nós podemos descobrir que as coisas mais simples nos trazem felicidade plena, e que os momentos certos acontecem nas horas mais incertas.

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